Olá! Boas!

Minha vida anda sem graça, mas se ainda interessar-te o fato de eu estar vivo ou não acompanhe o Twitter (ao lado direito do blog). Deixando as vacas no pasto, vamos ao que interessa... O texto é da madrugada de ontem, noite de uma viagem só. Haha.

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Comecemos do pressuposto que o ser humano não consegue desenvolver suas relações emocionais se viver sozinho.
Pensemos agora: Quantos tipos de relações de afeto, ódio, amor, desejo e tantas outras milhares "não nomeadas" existem? A propósito, é comprovada que as emoções existentes no vocabulário são apenas um grande anexo de conceitos, um exemplo, o amor, a relação entre irmãos, entre amados, envolve carinho, zelo e muitas vezes posse. Mas é fato que os amores todos não são iguais, o amor que se sente por certa amada não é o mesmo que se tem por um outra amada de outra época. Logo, chamá-los todos de amor, todos eles, as formas carnais de desejo, as amizades, os parentescos e etc é torna-se um grande erro. De certo que nossa cultura se fixou e criou certo dogma sobre o amor.

A Primeira Relação Social do Mundo

Voltando às relações humanas. Vamos ao jardim do Éden, um prato cheio para uma experiência. Logo que batizamos nosso primeiro ser de Adão. Logo que este é o primeiro ser, não tem relações emocionais ainda. Note que um mesmo ser que seria interessantíssimo para nossa medicina, pareceria, aos olhos do poeta alguém sem razão para existir. Pois sem emoções e um segundo ser para dividir-se tornam-no um ser "frio".Adicionemos agora um segundo ser, sim! Eva, claro. Agora, independente do relacionamento que Adão terá com Eva e vice-versa os dois sentiram-se divididos, o que é tão importante para o conceito do poeta. Suponhamos que Adão odeie Eva - para variar um pouco -, mesmo este não sendo o sentimento mais saudável para ter com alguém, Adão terá em que compartilhar, neste caso, seus problemas e suas culpas, que, seguindo ainda a suposição, serão, segundo Adão, em boa parte causados pela Eva e assim por diante. Nota-se aqui a importância do dividir-se para o crescimento do ser humano. Outro exemplo quase banal é um garoto do interior comparado a um da cidade grande. Vamos a este, explicando que o do interior mora com uma irmã e os pais num sitio a beira-pasto. O da capital sai com os amigos da faculdade de publicidade todos os dias depois das aulas, e tem em sua turma diversos tipos de pessoas que se divide de formas diferentes. Enxerga-se aqui a importância da preparação do ser. O garoto da capital terá demasiada vantagem sobre seu antônimo do interior no que se trata de experiência de divisão. Terá centenas de ligações emocionais diferentes e saberá melhor, sem dúvida, relacionar-se com outros adãos e evas. Será o mesmo para si, no entanto, para os outros, poderá ser o vilão, o mocinho, o coadjuvante e milhares de outros "você".

Logo, com este exemplo, percebe-se que o homem contemporâneo deseja além de todos os sentimentos compartilhar-se. Afinal, como disse Sócrates certa vez na Grécia dos gigantes: "Uma vida não examinada não vale ser vivida".

Divide-mos, então!

Marcel Scognamiglio, 26 março, 2009