Post Fifty Five - Artilharia Cultural - O Rappa

Category: By Marcel
Artilharia Cultural

Bem vindo ao AP, bom, sentado neste exato momento que escrevo pensei em algo de como incluir fatos e matérias culturais no blog - agora que me sinto mais livre para escrever sobre quase qualquer coisa - e encontrei um bom titulo e como diz meu velho e pessimista conselheiro 'não custa tentar'.

O Artilharia Cultural será apresentado aqui mesmo, da mesma forma que o AP, no entanto sem data definida - a faculdade não me deixa fixar muitos compromissos. Mas fica aqui o convite, hoje, abro com uma matéria que vou escrever em seguida - sim, agora mesmo - sobre O Rappa. Lembrando que o Artilharia Pulmonar não segue os principios criticos caoticos apocalipticos (MUAHUHAUA), eu só falo do que eu gosto, sim, tendenciosamente e integradamente.

Obrigado


O Rappa

Som do Brasileiro


No ano de 1993, durante uma grande confusão de backstage para se formar a banda que acompanharia o Jamaicano Papa Winnie em sua vinda ao Brasil nasceu O Rappa. É claro que não com a mesma cara ou som. A banda, originalmente formada por Nelson Meirelles, na época produtor do Cidade Negra e de vários programas de rádios alternativas do Rio de Janeiro; Marcelo Lobato, que havia participado da banda África Gumbe; Alexandre Menezes, o Xandão, que já havia tocado com grupos africanos na noite de Paris e Marcelo Yuka, que tocava no grupo KMD-5 que deram apoio ao Jamaicano publicaram, após os shows no jornal O Globo um anúncio

de teste para vocalista. Pelo extenso currículo dos integrantes, a lista de interessados fora longa, e o escolhido, Marcelo Falcão.

Ainda no inicio da carreira, nomes como "Cão Careca", "Bate-Macumba" e outros foram apresentados como opções, no entanto, o mais convincente foi O Rappa (Rapa é o movimento da polícia para apreensão de mercadoria de camelôs nas ruas das grandes metrópoles), que reforça o principal propósito da banda que sempre foram os protestos de formas poéticas a vida e a cultura brasileira, quase todas essas letras eram crias do talento de Marcelo Yuka.

No primeiro disco, O Rappa não atingiu objetivo de vender uma boa quantidade de cópias, fato que, segundo fãs, afastaram Nelson Meirelles da banda. Em 1996 o disco Rappa Mundi introduziu O Rappa no cenário musical brasileiro com sucessos como Pescador de Ilusões e A Feira que cativaram um público novo, afinal O Rappa não se intitulava uma "rockband" nem qualquer outra etiqueta musical. Em entrevista ao Jornal Hoje, Marcelo Falcão falou sobre o estilo musical da banda: "No começo era Reggae-rock. A gente tem Reggae e tem Rock, mas não é só isso. Até hoje tem uma coisa que sempre fugiu na vida d'O Rappa é que ninguém consegue rotular a gente, como eles não conseguiam, desistiam. Então, hoje em dia é O Rappa".

Foi com letras fortes e críticas pesadas em forma de belas poesias que O Rappa construiu uma nova camada de fãs que encontraram na banda uma realização de alternativa musical, um som novo.

Em 99 a polêmica no Rock In Rio envolvendo O Rappa custou um prejuízo aos organizadores do show que recusaram o pedido da banda, pois, além de ficarem sem O Rappa, bandas como Skank, Raimundos, Jota Quest, Cidade Negra e Charlie Brown Jr. protestaram em forma de auto-exclusão.

Em 2001, Marcelo Yuka foi vítima de um acidente urbano. Baleado e em conseqüência, paraplégico, o baterista se afastou da banda dando lugar a Lobato e a banda voltou a tocar. No entanto, mesmo debilitado, o baterista voltou à banda no mesmo ano para o lançamento do novo álbum Instinto Coletivo que foi um show gravado em 2000 com Yuka na bateria e três faixas inéditas.

Seguindo a ordem cronológica, em 2003 sem Marcelo Yuka por definitivo na bateria - ele alegou ter sido expulso da banda por não concordar com o novo rumo e formou F.ur.t.o que teve pouca expressão - lançou O Silencio Que Precede o Esporro que trouxe O Rappa definitivamente para as paradas de sucesso de massa. Estourando de vez em vendas.

Outro projeto significativo d'O Rappa foi o DVD e CD Acústico MTV lançado no ano de 2005, com parceria de grandes nomes da música como Maria Rita em músicas que marcaram suas respectivas épocas retratadas de uma forma diferente.

Atualmente, O Rappa têm se apresentado e curtindo o espaço que lhes foi concedido no cenário musical, este mesmo que, sem dúvidas foi merecido. Sobre isso, disse o baixista Xandão Menezes em certa entrevista: "Agora que está bom vocês estão perguntando se vai acabar?".

A banda se apresenta por todo Brasil durante os anos, num índice de uma grande banda em público, continua mesmo assim, falando do bom e velho trabalhador brasileiro e seus desafios num país tão desorganizado e, muitas vezes precário.


 

1 comment so far.

  1. Gabriel 29 de março de 2009 às 19:53
    Apesar de eu não gostar da banda a história deles é bem... 'tipicamente brasileira'

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