REVISTA ARTILHARIA PULMONAR - Edição II (POST 73)
EDITORIAL
Parece que a tal gripe A vai mesmo pegar todo mundo, ou pelo menos boa parte da população. E mesmo com várias intituções adiando sua volta nesse meio de ano preguiçoso, o número de pessoas que circulam com o vírus é enorme. É possível ver o medo camuflado no rosto das pessoas. Algumas vestem máscaras e outras zombam das máscaras. O número de mortes aumenta, as piadas vão acabando por ficar sem graça no fim das contas. E os dias continuam passando apertados.
INFORME, JORNAL
Felipe Massa tem o capacete atingido por uma mola de metal á mais de trezentos quilometros por hora e sobrevive.
O piloto brasileiro será substituído por Michael Schumacher provavelmente até o fim da temporada enquanto se recupera do acidente no hospital Albert Einstein. Felipe mostrou estar em excelente estado em entrevista á equipe Ferrari.
OUÇA
Dawn Mitschele é cantora e compositora trazida pela nova geração de talentosos músicos do sul da Califórnia, palco de bons novos frutos para cena de música acústica. Sua carreira, apesar de recente, apresenta fortes indícios de sucesso certo. A combinação da nova guarda da música folk (modern folk) combinada a uma voz fantástica e melodias singelas fazem de Dawn uma grande promessa do gênero.
"Um album incrível! Performances de tirar o fôlego. Produção luxuosa. Obrigado, meus ouvidos estão felizes." - Jason Mraz sobre IN THE MOONLIGHT
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=92516410
POESIA
Pazes
Marcel Scognamiglio
Irmãos, queijo, bumbo, bondade
Larica, estrela do mar, margarida, amizade
Criar, fotografia, entrar pela varanda, desenhar
Música clássica, coragem, Camões, espreguiçar
Dido, uvas passa, sentir o groove, orgasmos,
Teatro, ser você, noite paulista, espasmos.
Salsa, beijar, violão, vento da manhã,
Canto matinal, aveia com banana, estalar as costas, morder maçã.
Trocar olhares, beijar no escuro, ganhar, perder de vista,
Pinup girls, cantar, Colbie, fazer uma lista
Lembrar da letra, beijar no pôr-do-sol, Anna Karina, meditar
papai-mamae, caráter, Machado de Assis, acreditar.
Chaplin, palavrões, Lenine, camélias, sorrir,
Kubrick, amar, possuir, sentir calafrios, rir
Reclamar cãibras, viajar, sentir cheiro de novo, lealdade
Cheiro de plástico, cheiro de banho, sentir seios, dizer a verdade.
Espartilhos, não dormir, acordar, cochilar, espiar,
Tocar, abraço, lavanda, tirar folga, cochichar,
Aquecer corpo frio na cama, ser abraçado, pintar, beber água da cachoeira,
Cazuza, imaginar, Stephen King, sonhar com besteira.
Rede na sacada, pimenta, chuva, melancia, escrever,
Escrever, shiatsu, sorrir, caminhar, respirar, merecer,
Escorregar, escalar, cheiro de erva doce, gosto de mostarda,
Ioga, flutuar sem rumo, cheiro de mar, improvisar, rosto com sarda.
Aprender sinônimo, sorrir até doer a face, solos de guitarra, cansar
Carinho canino, torcer, timbres perdidos, gozar.
Ser inconseqüente, Barbara Di Napoli, Rock n Roll, café na cama
Dó maior, Picasso, Shakespeare, andar de pijama.
Ler, dançar, compartilhar, vivacidade,
Final, janelas, noite enevoada, honestidade
Dar-se conta, expressar-se, dormir de conchinha, morder,
Dizer amor, prazer em conhecer, mulheres, prazer.
***
REVISTA ARTILHARIA PULMONAR EDIÇÃO I (Post 72)
EDITORIALPrimeiramente,
Bem vindo ao Artilharia Pulmonar versão 2009!
Como prometido, continuo, desde 16/10/07 lendo comentários e atualizando o blog com alguns conjutos de palavras que eu acredito soar bem para os seu ouvido.
O formato do AP agora é semanal, com edições. Irei fecha-lo com três temas: um texto jornalistico (ou crítico), um texto cultural e um texto poético finalizando a edição, acredito que neste formato o blog ficará mais completo sem deixar de ser simples.
INFORME, JORNAL.
Desconsideremos detalhes que tomam boa parte da mídia neste momento, até porque, não deveria interessar á populaçao o resultado judicial de seu testamento.
Vamos considerar o é notório, o que foi sólido e pode ser aplaudid: Michael Jackson foi a maior das imagens da revoluçao POP dos anos 80, tudo graças ao seu talento incomparavél, tanto na dança, quanto na voz, e aos desconhecem, na produção de muitas de suas próprias canções.
Apesar de toda densa cortina de fumaça que envolveu seu rosto por toda a década de 90, com albuns pouco aceitos, escândalos com denuncias de abuso sexual em Neverland, aparições onde ele demonstrada cada vez mais modificado por operações e cada vez mais frágil, Jackson continuou cuidando de projetos sociais importantes e vivendo quase que como uma celebridade aposentada - talvez possa se desconsiderar ele estar aposentado por algumas aparições públicas pouco comentadas, em algumas músicas no fim dos 90 e começo da década de 2000.
Durante os últimos anos Michael planejava apresentar-se em turnê na Inglaterra e foi durante um ensaio que supostamente, ele sofrera uma parada cardíaca causada por abuso de remédios.
Muito dos novos nomes da música POP, muitas pessoas ao redor do mundo inteiro, amigos, parentes e pessoas comuns que viveram e viram de perto as mudanças criadas pelo Sr. Jackson vão sentir a falta de uma personalidade certamente tão excêntrica quando única. Michael Jackson criou obras que serão apreciadas por infinitas gerações e deverá ser lembrado por isso para sempre.
Michael Joseph Jacksn, ex-integrante dos Jackson 5, vencedor de inúmeros prêmios por sua contribuição para a música e artista com o maior número de CDS vendidos na história nasceu em Gary em 29 de agosto de 1958 — Morreu em Los Angeles em 25 de junho de 2009.
O SONHO
por Marcel Scognamiglio
Ele era como nós, um sonhador.
O utopista chamava-se Léo, um rapaz que dia morreu esperando um dia benigno.
Léo morreu atropelado na frente de sua modesta casa, em uma rua suja, em no coração de uma nação subdesenvolvida qualquer. Lá Léo fechou seus olhos, e descansou.
Porém, ele acordou.
Léo acordou confuso olhando para um céu tão azul que fizera seus olhos peregrinos lacrimejar onde poderia estar. Jazia de corpo todo num gramado bem-cortado onde tinha suas orelhas mergulhadas dentre as gramas, seu periférico lhe concedeu a visão de um mato verde tão luzido quanto gracioso. Resolveu se levantar e como em um movimento exibicionista seu tronco se pôs de pé sobre as pernas ainda deitadas, lá, logo se sentiu confortável como jamais. Percebeu que alem da grama ali existia algodão, algodoes coloridos de amarelo, experimentou tocarem sua derme quase que como um carinho. Léo estava nu, enfim constara, e isso não parecia importante agora, ele sentia-se singelo enquanto seus calcanhares tocavam o chão abaixo da grama, um chão terroso.
Sua boca sentia um leve sabor de doçura e suas narinas percebiam algo como lavanda soprar pelos ares, ele fez questão de, com encanto no rosto jovem, encher seu pulmão daquele ar tão limpo que lhe fez desejar poder agradecer. Sentiu que podia correr centenas de quilômetros sob aquele ar, com tal sabor, com seu corpo tão tranqüilo e acarinhado.
Seria aqui onde o vento torna-se brisa e o céu torna-se marco? Pensou.
Léo se levantou por completo para sentir-se vivo, ao passo em que uma joaninha em um vermelho total voara quando ele moveu o mato ao se levantar. Obedeceu a seus instintos e sem tardança já caminhava pelo pasto vasto e magnificente.
Viu muito do que pretendeu ver por toda sua antiga vida, sentia-se belo e satisfeito, cada vez mais, mesmo que lhe surgissem ares de irrealizável ser. Mas impossível não era a palavra que lhe tomava os pensamentos quando avistou cachoeiras que o fizeram pensar no bem, e o fizeram sorrir como um menino; quando seguiu animais que pareciam divertir-se com sua presença; quando sentou sobre campos que o fizeram chorar de emoção; quando seus sentidos todos foram tocados e acariciados. Até que correu uma lágrima brilhante, como um diamante límpido por seu rosto, aquela lagrima corria por que Léo sentia-se parte do paraíso, mesmo que fosse por um segundo. Ele conheceu corredeiras, flores e agrados que o enfeitiçaram como um homem honrado por finalmente viver.
Léo parecia livre da mente humana de sempre. Ele, agora se encontrava em um andar muito mais alto onde não se tenta julgar com valores tão abissais como aqueles de antes, agora, já não se questionava sobre coisas tolas vindas da mente mundana, ele julgava agora cada segundo de vida como um aprendiz eternamente agradecido por estar ali, respirando.
Ele piscou no passo em que aquele perfume mágico invadia seu corpo todo, ao piscar, viu tudo se afastar pela ultima vez; os infernos, os véus, as almas, os bocejos, as comidas ruins, os cabelos no ralo, os medalhões de boa ventura, as sirenes, os sons bruços, os gritos, as maldiçoes, a fumaça dos fumos, as privações, as assinaturas, os odores, os castelos, os calabouços, as lentes, as palavras... E, o sonhador caminhou até um terreno novo, um prelúdio a um bosque, onde as novas árvores apresentadas causaram uma brisa fria, digna de calafrios.
Calafrios, três suspiros ordinários até a vir sair de trás da relva á esquerda.
Era ela, linda em plenitude, nua e perfeita.
Sua pele era como uma castanha deliciosamente descascada, tonificada de branco-bege e tons dourados, como se pudesse refletir e reluzir os raios quentes do sol matinal, seus quadris, graves e ousados, eram curvas nocivas, magníficos caminhos a se percorrer. Suas costas encetavam dos quadris em uma linha curvada e esperta a qual demonstrava com lamúria suas formas crescentes até os ombros onde seus modos se tornavam hastes vertiginosas e seus braços em agradáveis símbolos de verve, paixão. Seus cabelos longos, sobre os seios, pretos e agressivamente encaracolados, como grandes espirais negras e misteriosas, desciam por seus ombros e fronte, onde as franjas dançavam todas para a mesma esquerda semelhante a um grupo de balé. Seus seios, detrás dos cachos negros se opunham como duas esferas perfeitas e joviais que pouco mais balançavam na corrida que o necessário. Seu ventre tinha marcas de uma musculosidade rasa, onde reinava sua cicatriz umbilical singela e sem-par no centro daquele mundo. Suas pernas, coxas e canelas eram divinamente contornadas, coxas acima tocavam a virilha em espessura crescente de modo deleitoso e descomunal. Seus pés beliscavam, ou talvez fossem beliscados pelas ervas daninhas como pés de uma criança fazendo seu corpo de mulher brincar de partir corações para sempre.
É em demasia pobre dizer que ela sorria. Ela não sorria, seu rosto cantava sem som, cantava uma canção de afeto, de coisa-boa, de alegria em ver, talvez em ver Léo. Seus olhos eram caprichosamente puxados e coloridos em verde-castanho como se pretendessem se camuflar dentre duas cores tão naturais, seus cílios, longos, pareciam curvarem-se ao céu, suas sobrancelhas caminhavam juntas em feição uniforme e fina para lados opostos e seu nariz era levemente quadrado em um corpo todo idêntico, a sua boca era tanto vermelha, quanto deliciosa, como um caqui-maduro, era bem-posta como não se pode dizer, tal como seus lábios eram bem-feitos e dignos séculos de apreciação.
Seu rosto inteiro sorria e desafiava tais tabus e crenças do mundo, onde tudo era irrepreensível, ileso e imponente.
Ela vinha daquela relva à esquerda como se viesse de outro lugar, e caminhava até ele com um riso quase-satisfeito no rosto.
O primeiro contato foi um abraço vivaz trazido por ela, enquanto os olhos dele mostravam o espanto. Seus seios tocaram-no o corpo e suas mãos afagaram-no os cabelos da nuca, tudo com uma propriedade de amante que o fez sentir-se bem, como que se pudesse e devesse protegê-la e dividir-se. Era Ayme seu nome, ela disse enquanto seu sorriso ficara incompreensivelmente mais atraente e sua ainda mais agradável.
Léo já havia visto mulheres belas tais como, mas jamais sentira em alguma tanta bondade e magia. Léo sentira certo perigo na atração pelas outras, mas Ayme demonstrava-lhe alvura, bem-querer, e era só.
Aquele abraço durou segundos humanos, e milésimos de um segundo para Léo. Porém, o tempo não existia cá, eram somente os dois, Ayme explicara, seriam os dois para sempre a zelar aquele jardim generoso e para sempre ser zelados pelo jardim, enfim.
Um grande pássaro azul voou de uma árvore a outra na entrada para certo bosque enquanto os olhos de Ayme e Léo marchavam juntos. Era como se estes momentos suprissem aqueles quais eles não viveram antes, e trouxessem o agora de forma que fosse o sempre. Pareciam ter sido inventados e aprendido juntos tudo que havia de bom para se saber.
Léo já não se lembrava mais do passado, teria vivido sentimentos tão ínfimos, tão pobres que aos olhos do agora pareciam esquecidos com razão. Todas as crenças, os motivos, os chamados amores e algo mais eram apenas tralhas a guardar no porão.
Léo não se importaria de sonhar para sempre, como nos é de costume sonhar.
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Post # 71 - As Sinopses e A Pausa
Post Seventy - Os Filmes do Feriado
O Escafândro e a Borboleta (2007)
Logo vem o espanto e a questão: Como pode um filme ganhar tantos prêmios e eu nunca ter ouvido falar?
O filme de Julian Schnabel, a história do editor da revista Elle (sim, trata-se de uma história real) Jean-Dominique Bauby trata a emoção com originalidade e realidade.
O poderoso editor de uma das revistas mais influentes, culturalmente no mundo que vivia na França, sofre um derrame por AVC em um passeio com seu filho do primeiro casamento. O derrame o deixa semanas em coma até que Jean acorda e se vê paciente de um hospital. Imóvel e incapaz de falar, síndrome locked in, ele estabelece a comunicação através dos olhos para com as demais pessoas.
O filme aborda de forma original a visão do paciente com a Locked in. Só isso, já é o bastante para boa parte de seus prêmios. A outra metade de prêmios se justifica no decorrer da obra.
Um Estranho no Ninho (1975)
Um filme obrigatório.
McMurphy (Jack Nicholson) é enviado para um sanatório depois de passar um tempo na prisão. Logo se revela que ele tentava se livrar do trabalho e de suas responsabilidades se internando em instituições públicas diversas. No sanatório vive uma realidade triste e dura, além de ter que encarar a enfermeira Mildred Ratched (Louise Fletcher), que dificulta as coisas para ele.
Faço as de muitos críticos minhas palavras. Antes mesmo da flor vendida pela globalização tomar de vez os estúdios, revelou-se nesse longa uma grande obra que somava novos talentos do cinema e outra atuação memorável de Jack Nicholson e Louise Fletcher. O filme de Milos Forman tem cenas longas, logo, poucos cortes, tem falas marcantes e reias além de outros detalhes que se contrastam fortemente com os filmes lançados na mesma época fazendo dele merecedor de tantos premios e elogios.
Post Sixty Nine - Solslaio
O tempo em vento, não me importa mais.
Jamais será capaz de compreender através de palavras. Escrevo somente por honra de um dia ter estado assim, encontrado. Achado, onde todos e mais alguns olhares se cruzam, onde o corpo parecer querer falar o que os lábios oculta, com movimentos tolos e primervos.
Ainda são muitas pesssoas, muitos vultos envolta. Mas não consigo parar de ver só você.
Daqui, partiremos para o esquecimento total do outro, ou quem sabe, com alguma ventura, iremos á algum porém além deste arsenal de esguelhos e pêlos eriçados, caso foste melhor para um de nós dois.
O universo aqui é simples, avise bem. Limita-se agora, a quatro ou cinco metros que separam todos nós, os céus e infernos, os destinos, os sonhos e acasos. Separados tambem, nós dois, como extremos galácticos. Parece-me tão longe enfim.
As sensações que me castigam são, ora a agonia que almeija vender-se ao esquecimento miserável, ora o sereno que atiça minha derme a desistência.
Um universo em todo desapercebido dentro de outro onipresente, é toda distância entre meus desejos e seu olhar esporádico-fulminante ainda que de solslaio, um abismo.
Á beirar qualquer romance, existiu um momento mais mágico que qualquer cura, o momento sóbrio-eterno de dois entorpecidos chocando-se com os saberes e os batimentos cardíacos, o instante em que as janelas de cada compartilham a mesma luz alucinante de um fim de tarde, para que tudo, pareça enfim, fazer sentido algum.
02/06/09
Post Sixty Eight - Música
Música
A música me é tão necessária quanto alimentar-me. A música supri a necessidade de acomodação da minha mente, não sei quanto a sua. Mas quanto a minha, é como se revivesse e reavesse, de uma só vez, meus sentimentos mais dipersos e profundos, logo, aquilo tudo, de rir á chorar, que da realce as cores de sempre.
23/05/09
do pensar: http://www.imeem.com/mwarren04/music/IAr3p2a7/tool-the-pot/
do sentir: http://www.youtube.com/watch?v=mLk4EH9FWwI