Post Twenty Four – Nostalgia

Antes, um conjunto de poemas ou como quiser chamar.
Desdém
Andas dum lado pro outro
Pela rua passeando;
Finges que não queres ver
Mas sempre me vais olhando.
É um olhar fugidio,
Olhar que dura um instante,
Mas deixa um rasto de estrelas
O doce olhar saltitante…
É esse rasto bendito
Que atraiçoa o teu olhar,
Pois é tão leve e fugaz
Que eu nem o sinto passar!
Quem tem uns olhos assim
E quer fingir o desdém,
Não pode nem um instante
Olhar os olhos d’alguém…
Por isso vai caminhando…
E se queres a muita gente
Demonstrar que me desprezas
Olha os meus olhos de frente!
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Algo
Algo bom para se olhar, algo bom para se saborear...
Algo bom de lembrar, algo bom para se dizer...
Algo bom de ouvir, algo bom para te mostrar...
Algo bom para se sentir mesmo sem entender...
Algo para entender que tudo não passou de um sonho finito,
Algo para lembrar que tudo acaba no final
Seja por desdém...
Seja pela morte de alguém
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Nostalgia
Atravesso o presente do tempo em uma viagem eterna e incerta de volta que ocasionalmente me traz alguma alegria a mais que simples revelações sobre antigas luzes apagadas.
Relembro então, quando posso, o passado em pequenas molduras de madeira que ainda exalam um cheiro de manhã me trazendo algo triste que é impossível de explicar com letras (pode acreditar eu já tentei). Uma tristeza parecida com uma angustia, uma misericórdia de lembranças sobre tempos passados em vão, o que não é muito diferente de um céu cinza de uma tarde fria de novembro.
O futuro é tão incerto quanto esperançoso... Um ponto de interrogação, para qual não existe resposta.
te amo.