Post Sixty Nine - Solslaio
O tempo em vento, não me importa mais.
Jamais será capaz de compreender através de palavras. Escrevo somente por honra de um dia ter estado assim, encontrado. Achado, onde todos e mais alguns olhares se cruzam, onde o corpo parecer querer falar o que os lábios oculta, com movimentos tolos e primervos.
Ainda são muitas pesssoas, muitos vultos envolta. Mas não consigo parar de ver só você.
Daqui, partiremos para o esquecimento total do outro, ou quem sabe, com alguma ventura, iremos á algum porém além deste arsenal de esguelhos e pêlos eriçados, caso foste melhor para um de nós dois.
O universo aqui é simples, avise bem. Limita-se agora, a quatro ou cinco metros que separam todos nós, os céus e infernos, os destinos, os sonhos e acasos. Separados tambem, nós dois, como extremos galácticos. Parece-me tão longe enfim.
As sensações que me castigam são, ora a agonia que almeija vender-se ao esquecimento miserável, ora o sereno que atiça minha derme a desistência.
Um universo em todo desapercebido dentro de outro onipresente, é toda distância entre meus desejos e seu olhar esporádico-fulminante ainda que de solslaio, um abismo.
Á beirar qualquer romance, existiu um momento mais mágico que qualquer cura, o momento sóbrio-eterno de dois entorpecidos chocando-se com os saberes e os batimentos cardíacos, o instante em que as janelas de cada compartilham a mesma luz alucinante de um fim de tarde, para que tudo, pareça enfim, fazer sentido algum.
02/06/09