Post Forty Nine - O Castelo

Como se já não bastasse toda a desigualdade de cabo a rabo no país, eis que ainda podemos nos surpreender com certos casos alarmantes e boçais de abuso de dinheiro, e principalmente, de respeito público.
Na ultima quinta feira, dia cinco de fevereiro, o partido DEM solicitou o pedido de afastamento a um de seus deputados, Edmar Moreira (DEM-MG), por denuncias de sonegação das declarações de bens. Até ai, diga-se de passagem, está tudo bem! Estamos no Brasil, onde políticos normalmente votam leis, como em todos os outros países, vivem de terno, como em todo o mundo, mas aqui também é comum que algum deles – modestamente falando, roubem um pouco, ou como queiram, soneguem, apropriem-se de bens públicos para o bem privado.
O fato que torna tudo isso mais alarmante que o de costume – não há mais alarmes para os de costume, é que o bom deputado Edmar Moreira extrapolou um pouco.
Existe na cidade de São João do Nepomuceno um castelo avaliado em mais de R$ 20 milhões e este mesmo se encontra sobre o bom e generoso nome do deputado do DEM, que, digamos agora sinceramente, teria grandes problemas se fosse um ladrão. Oras! Explicar como pôde levantar os alicerces de todas aquelas grandes paredes e construir uma propriedade destas numa área tão mal desenvolvida economicamente como o sul de Minas Gerais não será tarefa muito fácil. Ainda mais com o fato de que nesta residência – digamos assim, poupando ironias, ele só passa algumas de suas férias.
Mas lembramos que excelentíssimo Sr. Edmar Moreira não é um ladrão. Ele é apenas mais um daqueles políticos que tem sorte de viverem na época certa e no lugar certo – em certas horas acho que seria confortante ver algum deputado nos noticiários, de vez em quando, correndo de uma grande multidão com tochas e muita vontade de justiça.
Além do que, “Edmares Moreiras” e “Robertos Jeffersons” (por favor, ria comigo!) não roubam/roubaram/roubavam para seu sustento, o que torna alguém ladrão no Brasil hoje.
Por fim, desejo toda a sorte do mundo ao povo brasileiro, o que me inclui, certamente. Para que megalomaníacos, velhos babões e outras espécies assim, sejam, um dia, extintos de um órgão que tinha que simplesmente, funcionar.
Eu ainda acredito em você, Brasil.