Salve, salve!
Acabei saindo mais cedo da escola nessa segunda feira, vinte e seis de novembro e resolvi postar uma reflexão um pouco antiga, em forma de confissão.



"Raios de luz se aproximam através da névoa seca
E me atingem pelas lacunas da persiana
Pode paracer lindo, mas me atrapalha
A cama está desarrumada
Alguma musica ainda toca, no fundo, uma música, tão baixa.

Flashs da TV, ondas do Rádio
A cintilação de uma tela me faz vibrar
Roteiros Manipulados, Violência, Sexo, Amor!
Carrego um fardo por estar cheio de toda essa merda
Mesmo tentando sempre sair
Acabo sempre vencido pelo cansaço e sou atirado para dentro, mas uma vez.

Sou como uma estátua no shopping, de novo
Olhe pra mim, totalmente entediado
Observando o que eu não gosto de ver
Sentindo cheiros e sabores que eu não peço para sentir, mas de certa forma sou obrigado.
Talvez seja assim nos primeiros anos, últimos anos, ou dias.

Meu Computador e meu Playstation 2
São deuses para mim
E meus deuses me obedecem em um instante
Minha mae ja desistiu
Meu pai ja não quer mais ouvir
Mesmo que eles tentem, o álibi esta comigo.

O jeito não é dos melhores
Anda-se como gente, ou sera que não? Axo que não.
Me atrapalho fácil, o que me tornaria um completo inútil, não por completo, talvez.
Mas vê coisas que poucos veêm, não há como explicar aqui e agora, não hoje.
No entanto, se encanta e se envolve com o fluxo, muito facilmente, um defeito?

Não se apaixone por quem não se ama, uma frase e tanto
Mas não significa nada quando se trata de sentimentos, tão randômicos e involuntários.
Ela é uma cadela, de verdade
E você sempre tentou me falar.

Não me odeie
Não sou especial, não igual a você
Nasci para morrer
Não morri para nascer
Se é que vou, não sei, quem sabe?


Não discuta comigo
Eu sei que você não da a mínima
Eu posso te ligar, mas e depois?
Não haverá nada a não ser perda de tempo
E isso eu não tolero mais, esqueça.


Daquela de fora a luz ainda brilha na janela, mas já fraca
Aqui dentro, uma festa entre a solidão e os fantasmas
Velhos amigos, novas paixões, noites em claro, dias em ressaca
Tudo se foi, tudo se tornou nada num estalar de dedos

Nada sobrou, a não ser o cigarro fumado, e eu nem fumo."

Confissões de um não-atleta
Marcel Scognamiglio ®