Post Thirty Eight - Parábolas
Parábola, originária do grego parabole, significa narrativa curta ou apólogo, muitas vezes erroneamente definida
também como fábula. Sua característica é ser protagonizada
por seres humanos e possuir sempre uma razão moral que pode ser tanto
implicita
como explícita. Ao longo dos tempos vem sendo utilizada para
ilustrar lições de
ética por vias simbólicas ou indiretas.
O garoto, sujo, se escondia ou será que esqueceram-no?
Esqueceram num poço escuro, ou em no fim de uma longa estrada incerta?
O garoto chorava.
Todas as noites, antes de se revirar em seus pensamentos, ele enxergava sua grande mentira.
O que ele gostava de chamar de vida.
Pura fantasia, puro sensacionalismo!
Pois quando ele se deitava, e estava com a cabeça fria o suficiente para pensar na vida.
Ele chorava.
Chorava quando estava sóbrio, fora de ilusões, de alucionações.
O garoto enxergava através de tudo, e via o quanto era miserável sua existência.
Ninguém nunca te ensinou a viver, o carinho vinha pelo correio, mas não importava.
E ele se trancava, em seu proprio coração sujo.
De dia o maior dos maiores, a noite, em sua cama, o pior dos animais sentiria dó dele.
A verdade era o pior dos pesadelos, a verdade está sempre contigo.
O garoto está esquecido, no fundo de um poço, no fim de uma longa estrada incerta,
num país chamado mentira, onde ele é o único que vive, e lá ele vai estar até o ultimo dia.
Para sempre na escuridão.
Prefere se trancar na escuridão, ao invés de sofrer a verdade da dor.
_______
Era uma vez, um garoto que vivia em um mundo chamado mentira. Seu nome era “Eu”. “Eu” era príncipe do tal mundo e lá vivia cercado de um monte de coisas que não eram verdadeiras, nem castelo ele tinha.
Era tudo invenção de alguém que contou para ele. Uma vida sem sentido, triste, mas cômoda.
No entanto, em um dia qualquer, ele resolveu sair para cavalgar com seu cavalo de pau, que todos diziam ser o cavalo real, e encontrou uma estrada que o intrigou. Minutos depois de pensar bem, ele resolveu segui-la...
Chegando lá, do outro lado da estrada misteriosa, “Eu” encontrou um outro mundo, mas não era um mundo novo para o príncipe. Aquele mundo era a vida real, com verdades, dura e seca às vezes, mas verdades. Verdades que se podia tocar e ver através. Foi lá que ele tinha nascido e crescido.
Na primeira reação, o príncipe hesitou, quis voltar ao conforto ou conformismo de seu antigo reino com fábulas e histórias heróicas que ele sequer tinha vivido. No entanto, antes que hesitasse a princesa do mundo real o trouxe de volta, com um beijo.
O beijo selou um pacto, e o príncipe teve de entregar o coração em troca.
Tudo era novo por enquanto. Era difícil de confiar, mas ele sabe lá... Bem lá no fundo, que pode confiar na princesa e todas as suas palavras. Mesmo que a princesa tenha 15 anos, ela era crescida o suficiente para amar, e tem um coração MUITO MAIOR do que todo aquele mundo falso e vertiginoso que ele estava preso.
Obrigado, meu amor. [09/10/2008]